Dormir é sem dúvidas um dos maiores prazeres da vida. Além disso, poder tirar algumas horas para descansar por completo o corpo e a mente é fundamental para aproveitarmos nosso dia e realizar tarefas diárias eficientemente. Não é à toa que até mesmo aplicativos foram criados para ajudar as pessoas a terem uma noite de sono mais satisfatória.
Por vezes, precisamos tirar cochilos ao longo do dia para recarregar as energias e dar continuidade no que estamos fazendo. Para muitas pessoas, inclusive, isso ajuda a reduzir a fadiga das longas horas de jornada de trabalho e melhorar a produtividade.
É aí que entra o sono polifásico: uma forma alternativa de dormirmos que consiste em distribuir nosso descanso ao longo do dia em curtos cochilos. Por ser um tema ainda pouco conhecido, ele levanta muitas questões acerca de sua eficácia e benefícios.
Por isso, viemos falar um pouco mais sobre ele por aqui! Quer saber mais sobre a prática do sono polifásico, como cada um de seus tipos funcionam e suas consequências positivas e negativas? Continue com a gente neste post!
O que é o sono polifásico?
O sono polifásico é a prática de dividir as horas de sono em múltiplos pequenos cochilos ao longo das 24 horas do dia. Ela surgiu como alternativa ao tradicional sono monofásico — aquele em que dormimos em um único bloco de horas, normalmente no período da noite.
Apesar de fugir do padrão clássico de oito horas de sono, normalmente recomendadas para um adulto, o sono polifásico vem sendo praticado há centenas de anos por pessoas cujo trabalho não permitia dormir por longas horas. Até mesmo personalidades como Leonardo da Vinci e Nikola Tesla eram adeptos do método.
Uma das premissas que fortalecem essa prática é a de que passar várias horas do dia acordado realizando tarefas que exigem esforço físico e mental pode não ser muito saudável para o cérebro. Acredita-se que ao fazer isso, entramos em um modo de sobrevivência e nosso desempenho é reduzido.
Por esse motivo, o sono polifásico vem crescendo principalmente entre a população de jovens adultos — principalmente aqueles do mundo corporativo que buscam por maior produtividade e sucesso profissional.
Como o sono polifásico funciona?
Para que o ciclo de sono seja considerado completo e proporcione verdadeiro descanso ao indivíduo, é necessário que o cérebro passe por quatro estágios:
- Adormecimento: a mente vaga, a tensão muscular e as atividades cerebrais começam a diminuir, mas ainda é fácil despertar;
- Sono mais leve: batimentos cardíacos desaceleram, temperatura corporal diminui e a pessoa já não acorda tão facilmente;
- Sono profundo: estado de total inconsciência, onde o corpo começa a liberar hormônios para se recuperar do cansaço;
- REM: os sonhos começam a surgir e o corpo fica paralisado. Aqui, o cérebro faz uma espécie de backup dos acontecimentos do dia, armazenando o que for útil e “descartando” o resto para longe da memória.
Em um sono monofásico, o cérebro realiza esse ciclo diversas vezes de forma lenta, com cada circuito durando entre 90 e 110 minutos. Já no sono polifásico, cada cochilo dura cerca de 20 minutos e a mente se reorganiza e se adapta para encurtar essas fases.
Aliás, se você ficou curioso para saber mais a fundo sobre as atividades cerebrais durante as horas de descanso, aproveite para conferir nosso post completo sobre os estágios do sono e as características de cada um!
Esse efeito de aceleração das atividades cerebrais do sono bifásico faz o corpo se recuperar mais rápido do cansaço — quase como uma otimização do tempo de descanso. Mas vale ressaltar que toda essa mudança não ocorre desde a primeira prática: é preciso seguir à risca uma programação de cochilos por semana para transformá-la em um hábito.
Tipos de sono polifásico: entenda cada um
Existem algumas variações do sono polifásico, que se diferem conforme a duração dos blocos de sono e dos intervalos entre cada um. Entenda as características dos principais métodos:
Uberman
Essa variação do sono polifásico é o método mais tradicional e rígido de realizar a prática. O descanso é distribuído emseis sonecas de 20 minutos. Elas podem ser realizadas a qualquer hora do dia, conforme o indivíduo sinta sono e de uma forma que não prejudique as atividades diárias.
É importante que os cochilos não ultrapassem o tempo de 20 minutos para evitar que a pessoa comece a dormir mais profundamente. No final, os blocos de sono devem somar 2 horas — tornando esse método difícil de ser sustentado por muito tempo.
Everyman
Funciona como uma versão mais leve do Uberman. Neste método do sono polifásico, o indivíduo dorme por períodos mais longos, que deve somar 4 horas de descanso no total. Para realizá-lo, é necessário dormir por 3 horas a distribuir o tempo restante em cochilos equidistantes de 20 minutos.
Por ser uma hora mais longa do que o Uberman, o método Everyman é mais recomendado para quem ainda está começando na prática do sono polifásico. Dessa forma, o organismo não leva um choque tão grande causado pela mudança no padrão de descanso.
Dymaxion
O método de sono polifásico Dymaxion consiste em 2 horas de descanso dentro da janela de 24 horas que temos em um dia. Para realizá-lo, é necessário fazer 30 minutos de cochilos a cada 6 horas.
Independente do tipo escolhido, é importante ter em mãos um despertador para impedir que os blocos de sono acabem se estendendo por mais tempo que o desejado.
Vale a pena praticar o sono polifásico?
Apesar de ainda não haver evidências científicas comprovando a eficácia do sono polifásico, adeptos dessa prática alegam algumas vantagens como:
- mais tempo de sobra para realizar atividades físicas, do trabalho ou de lazer;
- diminuição do estresse de ter que cumprir prazos apertados em projetos e afins;
- maior rapidez na recuperação do cansaço, quando comparado ao sono monofásico;
- menor chance de despertar durante o sono e sofrer com insônia;
- mais flexibilidade para quem trabalha em horários irregulares, como período noturno;
- mais produtividade e energia durante as horas acordadas.
Consequências de fazer o sono polifásico
Assim como as vantagens, o sono polifásico também causa alguns impactos negativos ao organismo quando praticado por muito tempo. Confira as principais consequências desse método:
- Alteração no círculo circadiano — mudanças que ocorrem naturalmente em nosso organismo em um período de 24 horas;
- Envelhecimento precoce do cérebro causado pelas poucas horas de sono diárias;
- Aumento na produção de adrenalina e cortisol, consequentemente aumentando ansiedade e enfraquecendo o sistema imunológico;
- Falta de opções para dormir de forma confortável, já que os cochilos não são necessariamente feitos em uma cama.
Aliás, dormir em uma cama confortável faz toda a diferença para nosso descanso. Necessitamos de espaço para podermos escolher a posição de dormir que desejamos — algo que impacta diretamente na qualidade do sono.
Aqui no blog, estamos sempre falando sobre a importância de dormir e trazendo dicas que ajudam a melhorar a qualidade dessa atividade — como nossas 9 sugestões de livros sobre o sono. Confira o post e explore o universo da leitura que vai mudar suas noites de descanso.
Esperamos que este conteúdo tenha te ajudado a esclarecer as dúvidas relacionadas com este tema e que você descubra qual a melhor forma de cuidar dos seus momentos de relaxamento. Nos vemos na próxima!