Seja sincero: alguma vez você já despertou subitamente com um salto ao ter um sonho em que estava caindo? Ou até mesmo ouviu do parceiro que havia se mexido, involuntariamente, durante a noite? Em qualquer um desses episódios, é normal que a gente se sinta um pouco estranho, mas não dê muita atenção.
A verdade é que, independentemente da idade ou de qualquer outro fator, sofrer com espasmos dormindo uma vez ou outra não é tão incomum assim. O problema acontece quando esses episódios passam a ser recorrentes e tiram nosso sono, causando incômodos e até insônia — aí, a coisa certa a se fazer é buscar entender de onde essa movimentação pode estar vindo.
É por isso que hoje, nós, do blog Probel, preparamos este conteúdo completo sobre os espasmos noturnos, seus tipos, possíveis causas e tratamentos, além de dicas para melhorar a qualidade do seu sono. Curtiu? Então, vem com a gente descobrir tudo!
O que são os espasmos noturnos?
Os espasmos noturnos, conhecidos clinicamente como mioclonia do sono, são movimentos bruscos e involuntários dos músculos do corpo, especialmente das pernas e dos braços. Eles podem acontecer quando ainda estamos adormecendo ou em outras fases do sono — especialmente durante o último estágio, REM, quando estamos sonhando e prestes a acordar.
Apesar de não existirem explicações conclusivas sobre o porquê dessa movimentação acontecer, acredita-se que possa ser por um conflito entre a zona cerebral que nos induz ao sono e a zona que nos mantém despertos. Basicamente, essa “indecisão” do nosso cérebro acaba afetando o sistema motor, no cerebelo, que fica ativo mesmo quando dormimos e causa as contrações musculares.
É normal ter espasmos dormindo?
No geral, ter espasmos dormindo é completamente normal, pois se trata apenas de uma reação natural do corpo que não afeta a qualidade de vida das pessoas que os experienciam — especialmente se os episódios são esporádicos.
Mas é importante ligar o alerta quando eles são muito frequentes ou acontecem mesmo enquanto o indivíduo está acordado, pois é possível que eles sejam apenas sintomas de algum outro distúrbio. Nesses casos, é fundamental conversar com um neurologista, pois ele realizará exames clínicos e laboratoriais para entender o que pode estar desencadeando os movimentos.
Qual a causa dos espasmos dormindo?
Não existe apenas uma causa para os espasmos do sono, já que tudo depende de qual dos 4 tipos de mioclonia o paciente está apresentando — fisiológica, idiopática, epiléptica ou secundária. Vem entender cada um deles com a gente:
1. Mioclonia do sono fisiológica
A mioclonia do sono fisiológica é o tipo mais comum e pode acontecer em qualquer indivíduo saudável. No geral, ela não precisa de nenhum tratamento específico, mas, quando está ligada ao acúmulo de estresse em adultos, a psicoterapia pode ajudar a controlar os episódios.
Além disso, ela pode aparecer durante o sono de bebês e de crianças, já que os pequenos ainda não possuem um organismo capaz de bloquear movimentos corporais enquanto dormem — essa capacidade só é totalmente desenvolvida ao fim da infância.
2. Mioclonia do sono idiopática
A mioclonia do sono idiopática é marcada por espasmos espontâneos e imprevisíveis, mesmo quando a pessoa está acordada, e sua causa mais comum é a genética. Apesar de não oferecer riscos ao organismo, é importante buscar ajuda quando ela passa a atrapalhar a rotina, especialmente se você dirige, já que os episódios podem surgir a qualquer momento e causar acidentes.
3. Mioclonia do sono epiléptica
Relacionada com as diversas manifestações de epilepsia, a mioclonia do sono epiléptica não apenas causa espasmos noturnos em todo o corpo, mas também convulsões. Aqui, é fundamental a busca por tratamento com medicamentos que controlem o sistema motor, além de acompanhamento periódico da doença que o desequilibra.
4. Mioclonia do sono secundária
Por fim, a mioclonia do sono secundária, também conhecida como mioclonia sintomática, age como um sintoma de outras condições médicas, das leves às mais graves. É comum, por exemplo, que pessoas com concussões, lesões na medula espinhal, infecções, doenças autoimunes e tumores passem a sofrer com os espasmos.
É possível tratar os espasmos durante o sono?
Quem sofre com espasmos dormindo pode, sim, tratá-los e até fazê-los desaparecer de vez. Mas o tratamento sempre depende do tipo de mioclonia que o paciente apresenta e, consequentemente, da sua causa. No geral, os métodos podem envolver:
- Psicoterapias para lidar com estresse;
- Acompanhamento com neurologistas para tratar distúrbios do sono e do sistema nervoso central;
- Medicamentos, como tranquilizantes e anticonvulsivantes — tudo depende da gravidade do caso;
- Cirurgias em casos de problemas neurológicos mais sérios, como tumores, lesões cerebrais ou na medula.
Junto a esses tratamentos, é importante que a rotina do paciente seja readaptada para melhorar a qualidade do sono. Algumas medidas que ajudam o seu corpo a repousar por completo, sem movimentos involuntários, são:
Evitar o consumo de estimulantes à noite
As bebidas estimulantes, como café, alguns tipos de chá, guaraná e energéticos, podem ser grandes aliados durante o dia, especialmente se você tem uma agenda corrida. Mas é importante evitá-los após as 18h, já que eles mantêm o corpo estimulado a se mover e inibem a função cerebral que causa sonolência — a fórmula perfeita para desencadear os espasmos.
Deixar os exercícios físicos para a manhã ou para a tarde
A gente sabe bem que os exercícios físicos são excelentes para o sono, mas praticar atividades no período da noite faz o organismo liberar adrenalina e mantém o corpo pronto para se mover. Se você sofre com espasmos dormindo, o melhor é sempre deixar o treino para o período matutino ou vespertino, ok?
Incluir a higiene do sono na rotina
Uma das melhores formas de não só evitar a mioclonia do sono, mas também melhorar toda a qualidade do seu descanso, é investir na higiene do sono. O conceito envolve práticas simples, como reduzir o tempo de tela e realizar atividades como o trabalho no quarto, para educar o cérebro a ter um repouso 100% reparador. Legal, não é?
Lembre-se de que os espasmos do sono podem ser completamente normais e não afetarem seu bem-estar, mas conversar com seu médico de confiança é sempre a chave para ter certeza de que sua saúde está em dia. Curtiu aprender sobre o conteúdo? Então, fique por dentro de mais informações que podem afetar o seu descanso com o nosso post sobre a narcolepsia — o distúrbio do sono!
Até a próxima!